Texto Nu | A ESTRELA QUE BRILHOU DEMASIADO CEDO PARA ESTE MUNDO

 


O bairro Paraíso, em Cacuaco, viu nascer uma estrela. Mas também chorou a sua queda. Germias Ekundi Tchucúlia, conhecido por todos como Mano Chaba, partiu aos 17 anos, quando o futuro ainda estava a ser sonhado. Em apenas um ano, viveu o que muitos não vivem em décadas. Gravou, subiu ao palco, tocou almas. E depois, o silêncio.

A 21 de janeiro de 2025, o mar levou-o. A Ilha do Cabo, palco de tantos sorrisos e domingos, tornou-se tragicamente o cenário da sua despedida. Estava em directo nas redes sociais. Sorriu. Brincou. A água puxou. Mano Chaba não sabia nadar. E Angola ficou órfã de uma das vozes mais promissoras da nova geração do kuduro.

Com canções como “Regra do Jogo” (com Deezy) e “Sonhos”, conquistou os ouvidos de milhares. Mas mais do que isso, conquistou a verdade, cantava a vida como ela é: dura, frágil, cheia de esperança e ferida.

No funeral, mais de 20 mil pessoas juntaram-se para lhe dizer adeus. Não era só fama. Era amor. Era identificação. Era dor partilhada.

A sua produtora, SOS (Sold Out Skwadd), eternizou-o com a faixa “Telhado de Vidro”, enquanto os grandes eventos do país lhe prestavam homenagem. Mas não é a indústria que o consagra. É o povo.

Mano Chaba era o sonho em carne e osso. E agora é o silêncio que fala por ele. Mas, o seu legado continuará vivo, não só através da sua música, mas também como exemplo de superação e inspiração para a juventude angolana


Redação Texto Nu – A Verdade que Sente

Luanda, Julho de 2025

textonuverdade@gmail.com


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