Faleceu ontem, em Luanda, Fernando da Piedade Dias dos Santos, conhecido
como Nandó, antigo Vice-Presidente da República e ex-Presidente da
Assembleia Nacional. Tinha 75 anos.
De acordo com informações oficiais, Fernando da
Piedade Dias dos Santos foi encontrado sem vida na sua residência e encaminhado
para uma unidade hospitalar, onde o óbito foi confirmado. As autoridades
referem uma doença súbita como causa da morte. Até ao momento, não foram
divulgados mais detalhes clínicos.
A notícia espalhou-se rapidamente e provocou reações
em todo o espectro político angolano.
Uma trajectória ligada ao poder do
Estado
Fernando da Piedade Dias dos Santos foi um dos
políticos que mais tempo permaneceu em posições de topo na estrutura do Estado
angolano. A sua carreira confunde-se com várias fases da Angola pós-independência.
Foi Ministro do Interior, Primeiro-Ministro, Vice-Presidente
da República e, por vários mandatos, Presidente da Assembleia Nacional.
Poucos dirigentes angolanos ocuparam tantos cargos de elevada responsabilidade
ao longo de décadas consecutivas.
No Parlamento, destacou-se como uma figura de condução
institucional, conhecida pela firmeza no cumprimento do regimento e pela defesa
do papel da Assembleia enquanto órgão de soberania.
Reações políticas e luto nacional
O MPLA, partido ao qual pertenceu desde a
juventude, manifestou pesar pela morte de um dos seus quadros históricos,
sublinhando o contributo de Nandó para a estabilidade política e institucional
do país .
A UNITA e outros partidos da oposição também reagiram,
reconhecendo o peso político da figura e apresentando condolências à família.
O Presidente da República decretou luto
nacional de um dia, em reconhecimento do percurso de Fernando da Piedade
Dias dos Santos no aparelho do Estado angolano.
O lugar que deixa
A morte de Fernando da Piedade Dias dos Santos encerra
um capítulo de uma geração política que esteve presente nos momentos decisivos
da construção do Estado angolano moderno.
Para uns, foi um homem de confiança do poder. Para
outros, um símbolo da continuidade política do MPLA. Mas há um dado que não se
contesta: esteve no centro das decisões do país durante muitos anos e marcou,
de forma directa, o funcionamento das instituições.
Angola despede-se hoje de um dos seus rostos mais
conhecidos da vida política.
Texto Nu
Comprometidos com a verdade. Sem ruído. Sem adorno.

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